terça-feira, 28 de maio de 2013

Carta ao Inimigo!


O meu final de Comissão no Luatex e a Carta do Inimigo.
Vou tentar ser omais preciso possivél e o menos fastidioso que possa para descrever este ultimo episódio.
Como sempre e durante o tempo que passá-mos no Leste, Vila do Lumeje local do quartel da 1535 cabia á nossa Companhia fazer protecção e segurança a quatro Povoações da área da nossa abrangencia, passo a mencionar, a Leua, o Sandando, o Cassai e o Luatex, mantendo no caso das primeiras tres destacada uma secção, já no que se refere ao Luatex essa secção éra reforçada, lembro-me que aí tinhamos 12 atiradores um Radio Telefonista e o Furriel que nos comandava, tive a sorte de fazer todos estes Destacamentos sendo o ultimo o do Luatex, a Secção destinada foi a do Morteiro comandada Pelo furriel Selas eu integrei-a como reforço para completar o numero de activos necessário, até aqui tudo normal, mas quando fomos para o Luatex em meados de Março 1968 seria para ser-mos revesados no principio de Abril por outro grupo que deveria fazer o resto da Comissão pois estava prevista a rendição da nossa Companhia por nessa ocasião já termos acabado o nosso tempo de dois anos de Comissão e iriamos regressar á Metropole no dia 1 ou 2 de Maio como viria a acontecer, tudo corria dentro da normalidade até que no dia 27 de Março e na picada que ligava o Luatex ao Lumeje o 1º Grupo de Combate ao regressar ao de uma missão que tinha cumprido sofre dois ataques do inimigo estes ataques foram fortes e causaram grande mossa no Grupo com 3 Mortes que menciono no 1º ataque faleceu O Vitor Manuel Azevedo Castelo Branco e no 2º ataque O Joaquim José Capela de Cristo e O Celestino do Carmo Pereira além dum grande numero de feridos, no dia seguinte 28 de Março o 3º Grupo ao fazer um patrulhamento numa picada de acesso entre o Lumeje e o Luatex e ainda nas proximidades da Vila sofre outra embuscada e perdem a Vida O Alferes Pais e o Cabo Sipaio que por motivo que desconheço acompanhava as nossas Forças, entretanto e também a 27 de Março o inimigo desfere um forte ataque aos nossos Camaradas do mesmo Batalhão na zona do Dilolo e que infelizmente custou A Vida a tres Companheiros de Guerra, na mesma noite de 28 de Março o inimigo esteve no Luatex a cerca de 100 metros de nós digo isto porque o inimigo colocou na picada que saía do Luatex em dircção a Henrique Carvalho e como referi a uns 100m um pau espetado no chão com uma carta segura no dito pau para que nós ao avistá-la a fossemos recolher, o 1º a avistá-la devo ter sido eu que estava a fazer a guarda na frente da nossa caserna (faziamos 4 sentinelas um a cada canto da caserna) aquando do romper do dia eu e outro Camarada que fazia a sentinela na outra esquina da frente avistamos a dita carta num pau ao meio da picada chama-mos á atenção do Furriel Selas para saber o que fazer pois podia tratar-se duma cilada, então e bem O Furriel Selas mandou-nos proteger as linhas laterais da picada para que um Nativo fosse em segurança buscar a dita correspondencia do inimigo o que sucedeu sem incidentes, a carta éra dirigida a nós Soldadados com palavras de aliciamento para nos juntar-mos a eles dando indicação onde nos dirigir-mos e que seriamos bem recebidos, não nos tratavam mal apenas nos chamavam de soldados Salazaristas e que ao serviço deste Colonizador e ditador nos transformá-mos em assassinos, escrevo apenas o resumo da carta pois o texto da mesma era maior e não o recordo na integra, neste contexto de ataques visando as ligações Lumeje - Luatex que poderia ser fatal e já que estávamos a pouco tempo de vir embora para evitar expor qualquer Grupo a possiveis baixas não nos foram subestituir na nossa missão do luatex tendo assim aqueles que lá estávamos de prolongar o nosso tempo por mais duas semanas até á vinda da Nova Companhia que subestituia a nossa no final de Comissão, como tivemos que alongar o nosso tempo para alem do previsto não tinha-mos mantinentos suficientes pois cada secção levava as provisões ajustadas ao tempo de permanencia, como só levávamos géneros alimentares secos e durante o tempo de permanencia iamos aos Kimbos próximos comprar Galinhas Ou Cabritos para juntar aos produtos que possuiamos e assim ser possivel fazer uma refeição mais completa "abro aqui um parentise para reafirmar Comprar pois nos destacamentos feitos pelo meu grupo sempre negociamos com os Nativos a compra desses bens e recordo cada galina entre 5$00 e 7$50 e o cabrito entre 20$00 e os 25$00 conforme o tamanho, não sei se éra o valor justo ou se os Nativos acediam por respeito ou medo de forças armadas isso eu não sei julgar, mas compráva-mos, fiz esta mensão pois já li uma qualquer transcrição de quem não procedia dessa maneira o que lamento, talves pelo nosso procedimento nos tenham deixado uma carta em vez de nos atacarem penso que a vertente Social também produsia o seu efeito" retomo aqui o parágrafo anterior para dizer que em função dos riscos que corriamos e para poder-mos proteger a localidade que éra a primeira das funções destinadas deixamos de sair mesmo para ir ao Rio que ali passava perto tomar banho, sem poder-mos ir adquirir esses alimentos tivemos que nos manter até sermos substituidos apenas á base de Arros e Salsichas enlatadas que comendo com contenção lá deu para as duas semanas suplementares que tivemos que suportar até que veio a Nova Companhia para render a nossa e então com um Grupo da nossa Companhia e outro da nova Companhia e escoltados por dois Bombardeiros da Força Aerea lá saímos do Luatex rumo ao Lumeje saíndo desta situação dramática com vida para virmos para Luanda e regressar-mos á Metrópole no velho Navio Uíge que cá chegou a 13 de Maio de 1968 dia de Nosssa Srª de Fátima O meu Talismã que sempre me acompanhou
  • Manuel Do Souto Eu apenas fiz o luatex,e nao foi com o meu grupo;como o silva ja viu
     
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António Anes de Azevedo Chegou-nos a informação pelos nativos que um grupo de guerrilheiros tinha entrado na nossa zona de intervenção e que queria lutar connosco. Recebemos ordens para fazer nomadismo com grupos de combate para eliminar esses terroristas. Foi assim que acabamos por nos juntar à secção destacada, aproveitando para recolher connosco ao quartel
 
António Anes de Azevedo Ao querer comprar as tais galinhas descobrimos que as aldeias tinham sido abandonadas pelos nativos, o que interpretei como sinal de proximidades de combatentes. Regressamos por um itinerário alternativo para despistar com os alertas necessários sabendo que iríamos ser atacados, como aconteceu e o Silva descreveu. No primeiro contacto abatemos um terrorista e apanhamos-lhe a arma. Nestas acções o primeiro pelotão ficou com muito poucos homens aptos. O alferes Pais foi a seguir com dois grupos de combate continuar a nomadização. Foram momentos bem difíceis por que passou a 1535.
    Manuel Silva Creio que O Sr.Engenheiro esteve uns quantos dias conosco no destacamento do Luatex, o que não era normal, só saiu de lá provávelmente para a missão a que Se refere, mas a secção reforçada e comandada pelo Furriel Selas da qual eu fiz parte como reforço continuamos no Luatex até á rendição pelos Militares que nos sucederam no fim da nossa comissão, Um Abraço e obrigado pela Sua preciosa ilucidação
 
Manuel Silva Sim Souto fomos os ultimos e como descrevi na resenha, (o meu final de comissão) tivemos que aguentar mais do que o previsto devido ao perigo nas deslocções entre o Luatex e o Lumege e que poderia causar maiores dissabores nos nossos Camaradas, assim não fomos substituidos nos primeiros dias de Abril o que é compreensivel, um Abraço gosto em rever-Te nestas páginas sinal que já regressas-Te da viagem a Idanha-a-Nova
 

  • Manuel Do Souto Quanto aos 2 bombardeiros,eu escrevi que era 1 bombardeiro,e 1 Helicoptero pirata. mas talvez esteja enganado
     
  • Manuel Do Souto E verdade,que os kimbos estavam abandonados quando recuperamos os camaradas do luatex.Todos os kimbos oeste e este lumege luatex e luatex lumege estavam todos abandonados.Ja estavam quando da patrulha onde caiu o Alferes Pais.Pelo menos esse kimbo que havia a meio do caminho;creio eu,que era o 2 kimbo a partir do lumege,picada oeste.
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